Deixamos a Barragem de São Domingos voltando à EN114 em direcção a Óbidos, tendo atenção à indicação que nos irá surgir do lado direito para a povoação de Olho Marinho.
O aqueduto junto ao estacionamento, Aqueduto de Usseira ou Aqueduto de Óbidos foi mandado construir por D. Catarina de Austria por volta de 1570 e ligava Usseira, onde se situa o manancial de água a Óbidos, numa distância de 3 quilómetros.
Óbidos é uma vila típica, onde o tempo parece ter parado. As estreitas ruelas escondem, por detrás do cenário turístico que se impõe aos olhares menos atentos, um sussurro de tempos antigos que nos levam a imaginar como seria a vida das gentes medievais. Aproveite para visitar as verdadeiras lojinhas do comércio tradicional, onde os habitantes se abastecem. Aproveite também para parar numa das muitas tasquinhas e provar uma ginginha local.
Óbidos guarda séculos de história entre as suas muralhas. Com um vasto património de arquitectura religiosa e vestígios histórico-monumentais, a vila de reis e rainhas foi, noutros tempos, local de preferência para descanso ou refúgio das desavenças da Corte. D. João IV e D. Luísa Guerra, D. Pedro II e D. Maria I, D. Leonor, D. Catarina de Áustria e D. Carlos, foram alguns dos monarcas que passaram por estas terras deixando, de uma forma ou de outra, marcas que a vila ainda hoje mantém.
A origem da vila de Óbidos remonta ao século I, à cidade de Eburobrittium. Romanos, visigodos e árabes foram povos que marcaram presença por estas paragens. O ano de 1148 marca a tomada aos mouros de Óbidos, sendo em 1210 doada por D. Afonso II à Rainha D. Urraca. O primeiro condado de Óbidos é instituído em 1636 e, sete anos mais tarde, D. João IV manda reparar novamente as muralhas.
Assim se deixou a sua AC junto ao aqueduto, no estacionamento de terra, atravesse a estrada nacional para o interior da povoação e comece a subir a Rua Direita. Logo à entrada da vila, do lado direito encontrará o Posto de Turismo.
Contactos: Tel.: 262 959 231 Fax.: 262 955 501 E-mail: posto.turismo@cm-obidos.pt
Um pouco mais à frente, do lado esquerdo encontrará a Igreja de São João Batista . A sua origem remonta a 1309 quando a Rainha Santa Isabel constrói neste lugar, outrora afastado da Vila, uma gafaria ou leprosaria com uma capela dedicada a São Vicente.
Contudo, a configuração que ainda hoje apresenta resulta em grande parte das obras sofridas ao longo do século XVI. Possui uma nave única, estando a capela-mor coberta por uma abóbada de nervuras ogivais, ostentando no fecho central a Cruz de Cristo. A comunicação entre a igreja e a gafaria seria feita através de uma galilé, cujos arcos se detectam no interior. Em meados do mesmo século, sob o reinado de D. João III, novas obras são realizadas, sendo a nave ampliada, fechando-se a galilé, e sendo colocados contrafortes e um novo portal de gosto clássico. É ainda instalado um retábulo da oficina de Garcia Fernandes de cerca de 1540-1550, composto por sete tábuas com cenas do Martírio de São Vicente, hoje no Museu Municipal. Recentemente recuperada com o apoio da Câmara Municipal.
Neste edifício encontra-se a funcionar o Museu Paroquial de Óbidos (ou de S. João), que aposta em exposições temporárias de média duração.
Continuando pela Rua Direita, metros à frente estará na Porta da Vila. Entrada principal da da antiga Óbidos, é encimada pela inscrição - «A Virgem Nossa Senhora foi concebida sem pecado original» - mandada colocar pelo Rei D. João IV, em agradecimento pela protecção da Padroeira aquando da Restauração da Independência em 1640. No seu interior encontra-se a capela-oratório de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira da Vila, com varandim barroco e azulejos azuis e brancos (c.1740-1750) com motivos alegóricos à Paixão de Cristo, representando a Agonia de Jesus no Horto e a Prisão de Jesus.
Porta da Vila
A Rua Direita é assim conhecida desde o século XIV e constitui a rua principal da vila de Óbidos, que liga a porta da vila ao Paço. Nos séc. XVI e XVII, as importantes transformações que sofreu esconderam os antigos portais góticos. Dentro das muralhas não existem números de polícia, identificando-se as casas somente pelo nome e rua. De resto, a mais recente planta toponímica data do séc. XVIII.
Rua Direita
Continuando pela principal rua da povoação intramuralhas do lado direito num pequeno terreiro encontraremos o Padrão Camoniano, inaugurado em 1932 e que homenageia o poeta, atestando a sua referência à povoação na obra "Os Lusiadas".
Referência ainda para as verguinhas de Óbidos, na Oficina do Barro (Largo de Santa Maria). As mantas de retalhos na Loja do Simão (ao fundo da Rua Direita) feitas por Laura Santos. João Ramos tece e expõe na Loja do Artesanato Português (Rua Direita, junto ao Largo de Santa Maria) mantas de tiras de pano. Quanto a artesanato contemporâneo, as cerâmicas pintadas de Albino d'Óbidos podem ser vistas na Casa Mourisca (Rua Direita). De referir, ainda, a pintura em cerâmica de Grazinella Rinaldas (Loja Porão, Rua Josefa de Óbidos), as telhas pintadas de José Artur Correia (Espaço Oppidum, início da Rua Direita) e os moinhos de António Júlio Rodrigues (na sua própria loja, Rua Direita). No Museu Municipal vende-se o interessante «Óbidos, um Convite ao Olhar», ilustrado com fotos de Rui Cunha.
Local: Praça de Santa Maria
Horário: 10h às 12h30 e das 14h às 18h. Encerra aos feriados.
Preço: 1,25€ a partir dos 12 anos
Cruzeiro e Igreja da Misericórdia
Volte a subir as escadas para chegar à Praça de Santa Maria e visite a igreja do mesmo nome. Provavelmente fundada no período visigótico, esta Igreja foi transformada em mesquita, durante a ocupação árabe. Esta Igreja é uma verdadeira obra-prima, sendo este templo um dos mais extraordinariamente belos do Oeste e de Portugal. Deste monumento, diz José Saramago: “A Igreja de Santa Maria é, toda ela, uma preciosidade. É-o imediatamente na proporção geral da frontaria, no delicado portal renascentista, na robusta e sóbria torre sineira. E torna a sê-lo lá dentro nas magníficas decorações do tecto, festa dos olhos que não se cansam de percorrer volutas, medalhões e mais elementos, onde não faltam figuras enigmáticas e pouco canónicas; é-o também no túmulo do Alcaide mor de Óbidos e de sua mulher, obra atribuída ao fertilíssimo Nicolau de Chanterenne e que é sem dúvida do mais belo do que o renascimento produziu; é-o igualmente pelas pinturas de Josefa de Ayala [Josefa d’Óbidos] (…)”
Igreja de Santa Maria
Quando sair da Igreja, do seu lado direito poderá admirar o antigo Solar dos Aboins (actualmente edificio dos correios) mandado construir por D. João V em 1748, para que o fidalgo Aboim dispusesse de uma residência digna de acolher o rei, e o Telheiro da Vila que serviu de mercado até ao início do século XX. Em frente pode-se admirar o Chafariz da Vila ou Chafariz de D. Catarina. Construído no século XVI, possui duas bicas sendo antigamente alimentado pelo Aqueduto da Usseira, encontrando-se, sobre as bicas, duas lages rectangulares. Sobressai, igualmente, um arco de volta perfeita que contém as armas da rainha D. Catarina de Áustria, esposa de D. João III.
Volte à Rua Direita, onde irá subir até chegar às portas do Castelo. Do lado direito da porta encontra-se a Igreja de São Tiago. Mandada construir por D. Sancho I, em 1186, possuía originalmente três naves com a entrada principal virada a poente, comunicando assim directamente com o interior do castelo. Era a igreja de uso da Família Real aquando das suas estadas em Óbidos, sendo enriquecida ao longo dos séculos com numerosas obras de arte, de que se destacava a Galeria da Rainha, obra de talha gótica. A igreja foi totalmente destruída pelo terramoto de 1755 e reconstruída em 1772, com a fachada alinhada com a Rua Direita e cabeceira voltada a norte.
Igreja de São Tiago
Depois de visitar a Igreja, é o momento de visitar o monumento emblemático da vila, o Castelo. De origem romana, foi mais tarde uma fortificação sob o domínio árabe. Classificado como Monumento Nacional o castelo apresenta um estilo arquitectónico militar
Assente sobre um penhasco à beira de extenso areal que ainda há pouco mais de dois séculos as águas do mar cobriam o castelo de Óbidos está completamente restaurado sendo assim um dos mais belos castelos em uso
Muralha do Castelo
Como porto de mar, Óbidos deve ter chamado a atenção dos vários povos cujo domínio se exerceu no ocidente da Península; no decurso desses sucessos, os Romanos e com certeza os invasores muçulmanos, a fortificaram. De resto, pode intuir-se a resistência que se crê ter ai encontrado a hoste de D. Afonso Henriques, quando em 1148, , o nosso primeiro Rei lançou-se na tarefa de apossar-se de toda a região vizinha. No tempo de D. Fernando, em 1375, foi construída a grande torre de menagem D, Manuel I, deu a Óbidos foral em 1513 tendo ordenado a realização de alguns melhoramentos no castelo. Depois disso, atravessando os séculos sem casos de guerra que se inserissem na sua história, o castelo de Óbidos, já desprovido de eficiência militar, mas ainda bem conservado, teve-os todavia nas suas vizinhanças por ocasião das Invasões Francesas, quando, em 1808, o exercito de Junot, primeiro invasor, se viu hostilizado pela sublevação das populações e combatido pelas forças militares anglo-lusas, pois nas proximidades da via se travaram as escaramuças que preludiaram a derrota dos franceses na batalha da Roliça, também ali próxima. Porém se Óbidos e o seu castelo foram parcos em ocorrências bélicas, brilham ainda neles um secular halo de lealdade e um imperecível timbre de seus feitos.
Não termine a visita sem subir ao castelo, percorra o caminho de volta à sua AC pelas muralhas de onde poderá apreciar a magnífica panorâmica sobre os arredores. Curiosamente, há alguns séculos, as águas da Lagoa de Óbidos banhavam os muros do castelo, do lado poente.
Santuário do Senhor Jesus da Pedra
Santuário do Senhor Jesus da Pedra
Horário: Todos os dias, das 9h30 às 12h30 e das 14h20 às 18h40
Preço: gratuito
Diante do Santuário, existe um grande recinto, onde as crianças, normalmente menos interessadas em pormenores históricos e arquitectónicos, podem andar de bicicleta. Junto a um restaurante, que aí se encontra repare no bonito Chafariz Rocaille, da segunda metade do Séc. XVIII.
Festas e Feiras
Festa de Nossa Sra. da Graça (Fev)
Festival Internacioal do Chocolate (Fev)
Festa e Feira de Santa Cruz (Mar)
Festas Religiosas da Semana Santa (Semana Santa)
Mercado Medieval de Óbidos (Jun/Jul)
Festa de São Pedro (Jun)
Festa e Feira de Santa Iria (Out)
Obidos Vila Natal (Dez)
1 comentário:
os meus parabens, pelo relato da viagem historica.
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